segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Das filosofias paternas

Quando eu era pequena, meu pai vivia me questionando as coisas, desde qual é a capital do Azerbaijão até a hora certa. Fazia isso sempre, toda hora, provavelmente para me aguçar as vontades de descobrir o mundo, as verdades, aumentar a bagagem de conhecimento. Nessa época, eu tinha a mania de responder tudo no chute e, quando não era chute, era por força do hábito. Assim sendo, toda resposta que eu dava começava com um "Acho que...", sempre, sempre. Meu pai se irritava e dizia: "Esse 'achismo' seu, nunca tem certeza de nada!".

Hoje, fingidamente crescida e independente psicologicamente, continuo com os "achismos". As perguntas feitas, é claro, são outras. Talvez meu pai me perdoasse se soubesse quais são, já que suas respostas não estão nos livros ou num relógio, mas sim no coração humano, nos desejos de uma mente desconhecida.

E eu achando... tsc, tsc.

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